O desafio da auto-organização
No percurso permanente do nosso desenvolvimento, enquanto seres humanos autoconscientes, uma das condições que mais dificultam o progresso desejado é a autodesorganização. Maximiliano Haymann listou, em seu livro Prescrições para o autodesassédio, seis mecanismos que costumam produzir autodesorganização em nossa existência, conforme veremos a seguir.
I. Cronêmica: Dificuldade para analisar e administrar o próprio tempo.
II. Acídia: Apatia, episódios de tristeza ou espécie de torpor, que impede ou dificulta assumir o protagonismo da própria existência, segundo as próprias escolhas e decisões.
III. Desvalorização: Ignorância ou descuido, no sentido de priorizar o valor da auto-organização para poder cumprir a própria programação existencial.
IV. Emocionalismo: Entrega irrefletida a um ou outro estado emocional capaz de levar à autodesorganização mental.
V. Inexperiência: Falta de traquejo para lidar com o novo, com a própria existência.
VI. Rotina: Dificuldade de adaptação a novas rotinas provenientes de situações diversas (laborais, familiares, etc).
Parte-se do pressuposto de que todos podemos estar sujeitos a estes mecanismos, por predisposição de temperamento e da genética, mas estes fatores não são absolutos e, por meio da vontade, podemos superá-los, aos poucos, considerando que são mecanismos de natureza patológica sutil e, quando não enfrentados, podem empobrecer uma existência inteira.
Segundo Haymann, o autoassédio (pensamentos e atitudes pessoais – conscientes ou não – que não favorecem o equilíbrio) abrem as portas para o heteroassédio (influência de consciências de outras dimensões que potencializam nossos equívocos e dificuldades). A boa notícia é que, segundo essa vertente parapsíquica, isto se resolve com a firme intenção de analisar e amadurecer os próprios pensamentos e atitudes, com isso atraindo-se cada vez mais o amparo das consciências sãs e iluminadas das multidimensões.
"Recuperar a unidade perdida significa reconquistar a paz."
Pierre Weil
O paradigma holístico ajuda a repensar um modelo de educação fragmentada que ainda persiste, em nosso tempo. Ao final do vídeo, a filósofa Viviane Mosé localiza, na obra de Edgar Morin, constatação valiosa, capaz de demonstrar como a fragmentação do conhecimento precisa ser superada.